segunda-feira, 14 de junho de 2010

Um lápis para rabiscar

Por Raquel Momm
Sete anos de idade. Meus pais compraram uma enciclopédia Barsa. O resumo do saber do mundo cuidadosamente compilado em dezesseis luxuosos volumes. Sempre manuseado com cuidado, o material foi de utilidade incrível durante toda a minha formação básica. 

Sete anos de idade. Minha filha ganhou um notebook. Através da internet, ela tem acesso à maior parte dos conteúdos de pesquisa solicitados pelos seus professores. 

No intervalo de tempo entre o início da nossa vida escolar e o de nossos filhos, aconteceram muitas mudanças. Muitas coisas tornaram-se mais acessíveis, mais fáceis. Outras nem tanto. 

Difícil mesmo tornou-se identificar o que vale a pena investir para assegurar um bom desempenho na vida escolar de seus filhos. 

Eu diria a você: escolha uma boa escola. E também invista num espelho grande, em diferentes folhas de papel, e num lápis bem macio para rabiscar... 

Não é uma visão simplista. Ao contrário, estrutural. 

Toda estrutura de pensamento que seu filho desenvolver irá necessariamente passar pela visão que ele tem dele próprio. Da imagem que tem de seu próprio corpo. 

Difícil é imaginar como a criança constrói uma imagem sobre seu próprio corpo quando não tem um espelho para se ver de corpo inteiro. 

Quase irônico é pensar em milhares de famílias, insistindo que seus filhos aprendam a escovar direitinhos os dentes e o cabelo, quando sequer na pontinha dos pés os pequenos conseguem ver seu rostinho no espelho.

 Ou escolas de educação infantil, onde não existe um espelho para o pequeno ver-se, de corpo inteiro.

A imagem do próprio corpo será internalizada pela criança, pouco a pouco, com a ajuda de um adulto competente. Nomeando cada parte do corpo com ele – em frente ao espelho. Mostrando, repetindo. E depois reproduzindo.

É numa folha de papel, e com um lápis para rabiscar que seu filho irá aos poucos estruturar o desenho do que ele entende dele próprio. Incentive seu filho a registrar no papel o que ele viu no espelho.

Vale comemorar o primeiro cabeção... Com olhos imensos, que ele registra no papel. Guarde para sempre aqueles desenhos incríveis, dos braços e pernas, diretamente ligados à cabeça...

Parabenize. Cole na geladeira. E volte ao espelho. Diga com carinho: você já fez seus olhinhos e boca, agora vamos desenhar o nariz.

Cada vez que ele conseguir sozinho, lembrar-se de mais uma parte de seu corpo no desenho, elogie. E apresente uma nova parte do corpo: as orelhas, o cabelo.

De todo o processo, parece que o mais difícil é representar o corpo, sem fazer as pernas e braços diretamente ligados à cabeça. Por isso, a importância do espelho. Com tranquilidade, faça-o perceber toda a estrutura de seu corpinho. Em breve, uma barriga enorme - com o umbigo bem demarcado ir - irá fazer parte do seu gracioso desenho.

É um tempo de crescimento. Mais que um desenho qualquer, a representação do próprio corpo, indica, o grau de amadurecimento de uma criança. É através de seu próprio corpo que a criança irá relacionar-se com o mundo que a cerca.

O corpo é o ponto de referência para desenvolvimento da lateralidade e das noções espaciais. É através do próprio corpo que a criança vai aprender a distinguir a direita da esquerda. A partir daí, escrever da esquerda para a direita é possível. Compreender o que é em cima e embaixo também.

Você já se deu conta que muitas letras são apenas uma bolinha com um risquinho? Pense na semelhança do b, d, p, q. São as noções de esquerda e direita, e em cima e embaixo, que irão permitir à criança diferenciar cada uma delas. E é a imagem do próprio corpo que irá permitir criar essas estruturas.

Mas acho que esse é um papo técnico que não interessa a você.

Quer investir em seu filho? Escolha uma boa escola. Mas compre também um espelho grande, muitas folhas de papel, e um lápis macio para ele rabiscar..

Publicado em: http://www.algosobre.com.br/educacao/um-lapis-para-rabiscar.html

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Feira Literária

Olá pessoal...
Semana passada aconteceu a Feira Literária da minha escola. O tema deste ano foi meio ambiente. Cheguei escrever aqui o nome do livro que minha turminha iria trabalhar. Acabei usando dois livros da mesma coleção: O Mundinho e Vamos abraçar o Mundinho.  As crianças amaram o projeto. Aprendemos bastante! E para finalizar o projeto aconteceu a Feira com a participação da comunidade escolar. Cada turma fez uma apresentação artítisca. A minha salinha apresentou a música  Cada Coisa Em Seu Lugar, de Sandy e Junior. Ficou muito lindo. Foi um trabalho bastante gratificante. Ai hoje na minha escola, recebi este cartão de agradecimento pelo envolvimento com o projeto. Gostei tanto e  resolvi compartilhar com vcs a mensagem.
Penso que  me identifiquei  com ele pq ele se encaixa tão bem no  momento que estou vivendo. Assim acaba acalmando meu coração. Espero que vcs tb gostem!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Educação Infantil - um tesouro a ser descoberto

Gostei muito deste artigo e gostaria de partilhar com vcs as idéias de  Raquel Momm sobre a  Educação Infantil. Vale a pena conferir! Bjs e ótimo feriadão!

 Educação Infantil - um tesouro a ser descoberto
Por Raquel Momm
Era uma cena linda. A menina tinha menos de dois aninhos. Cabelo cuidadosamente arrumado, uniforme novo, uma pequena mochila. Seu rosto estava radiante. Entrou na escola com o narizinho empinado, confiante que vai descobrir o mundo num dia só.
Um pouco atrás estava a mãe; quieta, introspectiva. Seus olhos marejavam. Entre choros e vozes das professoras, ela se questionava: matricular a filhinha na escola era uma decisão acertada?

Essa é uma cena que se repete, ano a ano, em frente às escolas. Ela não assinala apenas a insegurança natural em afastar-se pela primeira vez de um filho pequeno. A dúvida em matricular o filho pequeno reflete o desconhecimento da sociedade da importância que a Educação Infantil tem na vida da criança. A escola, para alguns, é apenas um lugar seguro de cuidados da criança enquanto a mãe trabalha e estuda. Para outros, é encarada apenas como uma despesa que pode ser adiada, em função do financiamento de um carro novo. Deliberadamente, a criança deixa de ser atendida em uma de suas necessidades mais básicas: a de aprender coisas novas.

Nossas crianças tem direito à saúde. Todas as mamães estão lá, mês a mês acompanhando o crescimento de seus filhos junto a um pediatra, seja através da rede pública ou particular de atendimento.

E o direito à educação? Muitas famílias deixam de oferecer aos filhos um verdadeiro tesouro, por desconhecerem o que existe de tão importante na Educação Infantil. Agem como se cuidado e carinho fossem tudo que a criança precisa para se desenvolver bem. Em especial, se a mãe puder estar com o filho em tempo integral, se contar com a ajuda maravilhosa da vovó, ou ainda, tiver meios de pagar uma babá.

No senso comum, ir à escola de Educação Infantil enquanto as mamães trabalham ou estudam é apenas uma opção à casa da vovó ou a babá. Se a mamãe tem a possibilidade de ficar com o filhote durante todo o dia, pode chegar a ser incompreendida: por que ir à escola tão cedo?

Alguns pais são mais atentos a perceber que seus filhos tem necessidades além daquelas que o ambiente familiar pode suprir. Percebem a necessidade dos filhos de brincar com outras crianças, aprender brincadeiras novas, e diminuir o tempo em frente à televisão. Na escola, a criança desenvolve sua identidade e autonomia, amplia seu conhecimento de mundo, desenvolve a linguagem oral e se socializa. Mas isso não é tudo.

O fato é que os cinco primeiros anos de vida são decisivos no desenvolvimento cerebral do ser humano. Negligenciar a necessidade de apropriar-se de conceitos significa fechar para sempre inúmeras janelas possibilidades e potencialidades. É negar a aprendizagem na época que a criança tem a maior sede por aprender.

Milhares de aulas particulares e acompanhamentos psicopedagógicos, poderiam ser evitados se no momento oportuno – ou seja – nos cinco primeiros anos de vida, fossem desenvolvidos na criança os conceitos e habilidades necessários à alfabetização.

Vale salientar que tais conceitos não são desenvolvidos pela criança de forma espontânea. É necessário o conduzir e acompanhar consciente do professor. Adiar o desenvolvimento desses conceitos para o ensino fundamental é arriscar o futuro brilhante que cada criança tem em potencial.

A importância do profissional que atua nesta faixa etária é tão grande, que os órgãos competentes exigem formação adicional em relação ao professor habilitado para as séries iniciais.

E que conceitos são esses? Imagem corporal; lateralidade; conhecimento de direita e esquerda; orientação espacial; orientação temporal; ritmo; análise-síntese visual e auditiva; habilidades visuais específicas (percepção e discriminação de semelhanças e diferenças, constância de percepção de forma e tamanho, percepção de figura- fundo e memória visual, acompanhamento visual); coordenação viso-motora; memória cinestésica; habilidades auditivas específicas (discriminação de sons, discriminação auditiva figura- fundo, memória auditiva,) e linguagem oral;

A Educação Infantil é a base, o alicerce, para a construção de conhecimento que ocorrerá nos anos subseqüentes. Não oferecer Educação Infantil é restringir as oportunidades.

Onde os menos avisados veriam apenas uma caixa de areia, um varal de atividades e muitos brinquedos educativos, você pode acreditar; existe um grande tesouro. Ele é capaz de dar mais cores à cada história de cada criança. Seu nome é Educação Infantil!

Artigo retirado do site http://www.algosobre.com.br